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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ouvindo Sua Mãe

Publicado originalmente em http://blogpinceladas.wordpress.com


O que esperar de uma banda que em suas  influências estão nada mais, nada menos do que Odair José, Reginaldo Rossi, U2 e Radiohead?

A primeira vez que ouvi eles foi numa madrugada, na frente da tv. Estava olhando o Programa do Jô e vejo sentado no sofá Wagner Moura. Ok, ele é um ator, deve estar lançando uma peça, um filme, né?, pensei eu. Mas quem são esses outros ao lado dele? De repente Jô mostra um Cd. Ele falava de sua banda. Ou melhor, da banda Sua Mãe. Peguei a entrevista no final. Mas eles estariam no último bloco.

E eles cantam. Começa um hey-ho suuuuper empolgante, que você não consegue parar de cantar, mesmo quando Wagner Moura começa a cantar sobre como é se sentir um uísque  12 anos. No Jô cantaram essa. No Altas Horas, que também vi de relance, também cantaram essa. Mas o que mais eles cantavam?

Enquanto montava um playlist na Rádio Uol, vejo no canto uma propaganda do Cd que está sendo vendido pela internet. Lembro que havia gostado da música, e fui ver se havia no banco de dados o Cd da banda Sua Mãe.

Confesso que tomei gosto pela banda. Adoro o rock inglês e tenho uma caída para o brega ( mas que a banda prefere chamar de música superpopular brasileira).



É só ouvir com atenção que você nota que não se trata de uma paródia, muito menos de algo sarcástico. Você sente a música, a alma dela. E isso fica muito nítido quando ouvimos na música Anel de Luiza o seguinte verso: "E em seu dedo luzia o brilho d'ouro que ofuscava a minha euforia, enquanto eu pensava que essa era a hora desse grande amor".

O exagerado se mistura com um som totalmente empolgante. Aquele som que você dança no final da noite, sem mais se importar para o quê irão pensar de você. Um exagero gostoso de se exagerar.

Eles estão aí há 17 anos. O embrião se formou na escola, mas só tomou forma quando eles estavam na faculdade. Ali eles recuperaram todo um momento melodramático que os anos 80 conseguiu imprimir em todas as áreas artistícas. Quer mais melodramático do que "Ontem fui o seu amor/E hoje sou o seu palhaço". Ou quem sabe na música À meia lua: "Você nunca foi minha/Na nossa caminhada/A vida continua/Já é de madrugada/É hora de ir embora/Neblina na estrada/Pois se o amor é cego/Eu não enxergo nada". Mas também pode estar em Relação Injusta: "É melhor, ficar só.../do que viver com você/essa relação injusta."

Nesses tempos em que até a moda está olhando pra trás, é ótimo ver o resultado dessa retrospectiva tão nova e original, mas que ao mesmo tempo estava aí e nós não vimos. O que posso dizer é que o Cd é todo gostoso de ouvir. Vale a pena ver a mistura que se formou. Vale a pena sentir que no fundo todos nós precisamos exagerar para nos libertar.

Ps: Sim. O fato do Wagner Moura ser o vocalista ajuda a banda. Mas lembre-se: uma banda não é feita só do vocalista.




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