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domingo, 1 de maio de 2011

Adele: Maysa britânica?

Quando ouvi Adele pela primeira vez - no fim do ano passado - não senti o que sinto hoje ao ouví-la. Lembro de gostar da voz, gostar do ritmo, mas deixei o vídeo de lado e parti para a minha profusão pop da Ke$ha. Escolha errada? Não. Na verdade não fui eu que não escolhi ouví-la direto. Estou acostumada a sentir a música que estou ouvindo. Pra ser sincera, eu gosto de me deixar levar nos acordes que elas oferecem. E naquele momento meus sentimentos não me deixavam ser levada pela Adele, só pela Ke$ha.

Em janeiro bati os olhos em Adele, mas novamente não era o momento. A profusão pop ainda estava no meu interior e eu ainda não estava preparada emocionalmente para ouvir Adele. Sim. É preciso estar preparado emocionalmente para ouví-la: há uma emoção, não só nas letras, mas na própria voz emitida em suas músicas. Cada sílaba traz uma sensação comovente e a própria forma de gesticular da cantora faz você viajar na canção.

Mas no final de março um estalo surgiu na minha cabeça! Por que não ouvir Adele? Que tal escutar com mais atenção? E foi aí que eu me rendi completamente! Fazia tempos que não via uma apresentação tão simples e tão sentimental como foi em "Someone Like You" no prêmio The Brit Awards (uma música linda e que me fez morrer de amores definitivamente por ela).

Aliás, interpretação tão sentimental que me levou a compará-la com outra grande cantora: Maysa. Não foi uma simples comparação da forma física, das letras das músicas ou da origem das composições. Há algum tempo atrás eu havia visto alguns vídeos de Maysa nos anos 50, e a expressão dos olhos dela me chamou muita atenção. A mesma atenção que Adele me chamou. Decerta forma, Adele e Maysa estiveram conectadas nessas canções. Conectadas porque elas não cantam somente com o coração. Cantam com a alma, com o corpo, e principalmente com os olhos que me fazem emocionar a cada vez que as ouço.


Maysa - Ouça (1958)



Adele - Someone Like You (2011)



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